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Produção de café do Brasil caminha para sequência rara de altas em 144 anos



Produção de café do Brasil caminha para sequência rara de altas em 144 anos

 

 

O triênio incomum de seguidas altas no maior produtor e exportador global de café se dá após fenômenos climáticos extremos como geadas e secas há alguns anos

 

 

O Brasil deve registrar em 2024 o terceiro aumento anual consecutivo na sua produção de café, algo identificado apenas sete vezes em 144 anos de safras brasileiras, segundo um levantamento da Reuters, e há indicações de especialistas de que a sequência positiva pode se estender em 2025 com o impulso das lavouras de canéforas (robusta e conilon).

 

O raro triênio de seguidas altas no maior produtor e exportador global de café se dá após fenômenos climáticos extremos como geadas e secas há alguns anos, que mexeram nos ciclos dos cafezais, no caso do café arábica, e resultaram em mais investimentos em irrigação nas lavouras da espécie canéfora, que estão produzindo mais.

 

As amplas geadas de 2021 — antecedidas de uma estiagem severa — levaram muitos produtores de Minas Gerais e São Paulo a realizar podas, visando melhorar as safras seguintes. Isso mexeu no ciclo bienal de altas e baixas do arábica, que responde pela maior parte da produção nacional de café, fazendo com que muitas áreas que estariam no ano de baixa em 2024 estejam, na verdade, com produtividade positiva.

 

No caso do canéfora, que responde por cerca de 30% da safra total do país, a seca de 2014, 2015 e 2016 estimulou um movimento de ampliação de sistemas de irrigação, especialmente no Espírito Santo. Em meio ao adensamento dos cafezais, houve impulso da colheita nacional.

 

“Esse crescimento do parque cafeeiro é realidade e, a continuar, não há dúvida que a safra do ano que vem será inclusive superior. Esse recorde de três anos pode ser um recorde de quatro anos seguidos de alta”, afirmou o presidente do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), Márcio Ferreira, ao comentar os números compilados pela Reuters.

 

A espécie canéfora, mais produtiva que o arábica e que praticamente não tem a bianualidade do café mais suave, é apontada também por especialistas como um dos principais fatores para uma menor oscilação da produção brasileira e, no caso atual, da terceira alta consecutiva na safra.

 

A produtividade média dos cafezais canéforas do Brasil saltou cerca de 50% em dez anos, para 44,3 sacas de 60 kg por hectare, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Por outro lado, o arábica deve produzir em média 26,7 sacas/hectare em 2024, alta de 24,5% no mesmo período.

 

A possibilidade de quatro safras seguidas de alta no Brasil repetiria um fenômeno visto apenas uma vez no país, que atualmente atende a um terço do consumo mundial de café.

 

Essa sequência ocorreu entre 1989 e 1992, após uma queda acentuada na produção em 1988 ante 1987, segundo números da OIC (Organização Internacional do Café) obtidos pela Reuters, que compilou também dados de safra do Brasil publicados no livro “150 Anos de Café”, de Marcellino Martins e E. Johnston, fonte de informação do setor para uma série histórica mais longa — a Conab tem dados publicados a partir de 2001.

 

 

 

(Fonte: Divulgação/Forbes Agro)

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